O Cóccix consiste no osso da extremidade inferior da coluna
vertebral, é formado por 4 micro vértebras fundidas e apresenta um importante
papel (ao contrário do que muitas pessoas pensam) na saúde da nossa coluna.
Fixada inferiormente sobre o ápice do sacro é bastante móvel, e assim pode
referir um quadro lesional muito frequentemente (referindo sintomas ou não) através
de adaptações oriundas de outros segmentos ósseos adjacentes como os ossos da
cintura pélvica (sacro, ilíacos, ísquios e púbis). Essa repercussão lesional
sobre o cóccix ocorre em virtude de este osso apresentar uma rede considerável
de inserções ligamentares, justificando a repercussão das lesões de outros
segmentos sobre o cóccix (p. ex: quando
um ilíaco migra anteriormente os ligamentos ali presentes vão tencionar o
cóccix para trás)
Existe
um mecanismo crânio-sacro na nossa coluna que promove a repercussão das disfunções
do nosso crânio até o sacro (ou o contrário), isso ocorre em virtude da
Dura-máter (meninge mais externa) fazer a ligação destas 2 estruturas. Este mecanismo
pode inferir disfunções coccígeas gerando assim uma situação de estresse
ligamentar local, situação esta que é a causa principal dos quadros dolorosos
do cóccix (Coccigodinia)*.
*Este mecanismo crânio-sacro justifica a
associação de sintomas pélvicos com sintomas cranianos, por exemplo, uma
disfunção sacral desenvolver crises de enxaqueca.
Na
face anterior do cóccix existe um gânglio nervoso autonômico simpático (gânglio
ímpar) que é responsável por inervar o aparelho genital, bexiga e intestino
grosso, justificando o fato dos pacientes portadores de lesão de cóccix referirem
sintomas como impotência, incontinência urinária e constipação.
O cóccix
pode realizar 3 movimentos (Flexão, extensão e inclinação lateral), dos quais
apenas a flexão é considerada ativa por sofrer ação muscular, os outros 2
movimentos são realizados passivamente por ação ligamentar ou por outros
fatores que ofereçam resistência ao cóccix (parto, constipação com acúmulo residual
no reto,...), desta forma as disfunções deste osso vão estar relacionadas a
fatores internos e externos, sendo suas causas principais:
·
Traumas
externos (cair sentado, trauma local) que vão fixar uma anterioridade do cóccix
(Flexão).
·
Traumas
internos (parto) que vão empurrar o cóccix em extensão.
·
Hipertonia
dos músculos inseridos no cóccix.
SINTOMAS:
O paciente que apresenta disfunção de cóccix vai relatar aumento dos sintomas (dor)
na posição sentada e alívio do mesmo na posição em pé, bem como vai apresentar
queixas de diminuição da força do grupo muscular posterior da coxa (levam a
coxa para trás e flexionam o joelho – extensão de quadril e flexão de joelho) e
dor ao palpar o sacro.
COCCIGODINIA
(DOR AGUDA NO CÓCCIX): Consiste em um quadro doloroso agudo do cóccix originado
por eventos como fraturas, luxações, entorses ou trauma obstétrico, bem como
tumores locais que vão adaptar o cóccix em uma posição fora das amplitudes
normais dele, gerando assim uma série de tensões ligamentares (maior causa de
dor) e musculares sobre este osso.
Para
tratar tal enfermidade a OSTEOPATIA propõe uma abordagem manual que visa a
avaliação e diagnóstico de qual disfunção o cóccix está adaptado e por fim o
tratamento especifico da disfunção, além de promover a correção das tensões adjacentes
em ligamentos e músculos. A OSTEOPATIA mostra-se bastante eficaz no tratamento
das disfunções coccígeas, havendo melhora dos sintomas já na primeira sessão.