Uma
articulação que gera constante procura por atendimento em clínicas e
consultórios fisioterapêuticos é o quadril, normalmente com queixas dolorosas
ou restritivas o quadril é uma zona que recebe sobrecargas mecânicas
continuamente durante a posição em pé. Desta forma o número de enfermidades que
podem ser notadas nessa articulação é significativo, dentre as quais podem ser
destacadas a artrose (será comentado no final da postagem), as bursites e as
tendinites.
Esta articulação apresenta uma conformação de “bola e
soquete” onde há o encaixe de uma extremidade esférica superior do osso da coxa
(cabeça do fêmur) com uma cavidade côncava profunda na porção inferior do osso
da pelve (ilíaco). Essa união é reforçada por inúmeros componentes ligamentares
e musculares provendo o local de uma estabilidade e resistência bastante
significativa. A mobilidade desta articulação é bastante ampla provendo a mesma
de movimentos em todos os planos e eixos.
O aparato músculo-ligamentar pode ser observado nas imagens
Como mencionado em postagens anteriores o corpo humano
apresenta uma capacidade importantíssima de auto-cura e de adaptação, onde os
segmentos corporais (neste caso as articulações) mudam sua conformação visando
não sobrecarregar um segmento já lesado, por exemplo, um entorse de tornozelo
gera uma mudança traumática do alinhamento e da conformação articular dos
componentes envolvidos no pé, sendo observadas alterações no modo de pisar,
caminhar e a longo prazo de postar-se em pé (repercussão postural), isso só é
possível em virtude da adaptação que a tíbia e a fíbula (perna) tiveram para
evitar maiores danos ao tornozelo que se encontra lesado, da mesma forma, o
fêmur (coxa) adapta-se aos ossos da perna e a pelve posiciona-se anterior ou
posteriormente para evitar maiores danos à lesão primária (entorse).
Tal raciocínio também pode ser aplicado com uma visão
descendente destas adaptações, como, por exemplo, os ossos da cintura pélvica
adaptando-se à uma lesão de coluna lombar ou de gradil costal.
Notamos que o quadril frequentemente apresenta
sobrecargas provenientes de outras áreas do corpo, e por se tratar de uma
articulação bastante móvel apresenta uma capacidade ainda maior de receber esses
estímulos e se desgastar mais rapidamente (artrose), uma vez alterada a
articulação, o quadril pode apresentar-se com restrição de movimentos por uma
fixação onde a musculatura e o aparato ligamentar se tornem tensos limitando
preventivamente a mobilidade local, ou como área hipermóvel onde nota-se uma
articulação mais livre em virtude dela estar compensando a fixação de uma lesão
primária em outro segmento (pé, joelho, coluna lombar, articulação sacro-ilíaca,...).
No caso dos sintomas de fixação, a avaliação nos mostra
uma área com componentes musculares e ligamentares mais tensos que o normal (se
tensionam visando privar a articulação de movimento já que a mesma encontra-se
em disfunção), enquanto nos casos de hipermobilidade (normalmente associada a dor) os componentes articulares mostram-se
mais frouxos visando aumentar a mobilidade e consequentemente compensar a
fixação de outro segmento.
A inervação das estruturas relacionadas com a articulação
do quadril são provenientes da coluna lombar e de sacro, portanto disfunções
vertebrais de qualquer segmento compreendido entre T12 e sacro podem alterar
estes componentes e promover uma disfunção desta articulação.
A
COXARTROSE (Artrose de quadril) é uma enfermidade bastante freqüente que gera
dor local e impotência funcional, uma vez que a mesma fica sem integridade pra
suportar a carga que recebia antes. Há um desgaste da cartilagem articular
resultante da associação entre a sobrecarga de peso e a mobilidade aumentada, assim
com a cartilagem comprometida os movimentos passam a ficar mais restritos e com
menor fluidez uma vez que o contato articular já e ósseo (áspero e doloroso) e
não mais cartilaginoso (liso e indolor).
A evolução da artrose é lenta e distribuída em fases, onde
em um primeiro momento o paciente apresenta uma mobilidade maior do quadril
favorecendo o início do desgaste articular, posteriormente as lesões instaladas
são detectadas pelo sistema nervoso e consequentemente observa-se um aumento da
tensão dos componentes músculo-ligamentares visando privar a articulação de
movimento para evitar maiores lesões, e por fim as deformidades articulares se
fazem mais notórias (Limitação de movimento e alteração do alinhamento
articular).
Entre as condições que favorecem uma coxartrose estão o
sobrepeso, lesão articular traumática, artrites e fatores vasculares.
Geralmente as queixas atreladas a coxartrose são mencionadas como dores
inguinais (virilha), ao lado do quadril, semelhante a uma ciática, dores na coxa,
joelho e região pélvica. Tais sintomas normalmente são associados ao movimento
e da mesma forma diminuem com repouso, normalmente nota-se uma tendência do
membro inferior se adaptar em rotação externa.
Tais sintomas devem ser confirmados com um exame de
imagem onde é observado perda da regularidade da linha articular com diminuição
de espaço, ou seja, vai parecer que os ossos estão se encostando e suas bordas
estão “corroídas” pelo desgaste.
A OSTEOPATIA visa sempre a correção da lesão primárias
que está gerando a sobrecarga no quadril, a manutenção da integridade
articular, a redução do quadro doloroso, aumentar a mobilidade articular, relaxar
as estruturas tensas, prover integridade circulatória local e por fim corrigir as
deformidades impostas pelo quadro.