Voltando
à ativa de escrever um pouco mais, me deparei com uma discussão saudável dias
atrás com um grande amigo meu referente atuação do fisioterapeuta nas
disfunções renais, uma vez que tal abordagem é desconhecida por grande parte da
nossa população. O fisioterapeuta tem sim papel interessante na abordagem de
disfunções renais uma vez que é o profissional responsável pelo retorno da
mobilidade ou da atividade dos segmentos corpóreos.
A OSTEOPATIA
em sua abordagem visceral também assume um aspecto de reabilitação, porém de
forma mais enfática, uma vez que a intervenção osteopática visceral não implica
apenas em dar mobilidade pra víscera mas também em condicionar sua
funcionalidade equilibrando fatores mecânicos, fisiológicos e neuroendócrinos.
Os rins
são vísceras bilaterais no formato de um feijão que situam-se lateralmente aos
corpos vertebrais de T12-L3 do lado direito e de T11-L2 do lado esquerdo. Essa
diferença de altura é justificada pelo posicionamento do fígado que projeta o
rim direito mais abaixo. Tal localização torna-se mais clara ao referir as
ultimas costelas como referência. Encontram-se ainda assentadas sobre os mesmos as glândulas supra renais, estruturas de suma importância sistêmica hormonal.
O rim
apresenta 3 funções primordiais de suma importância para o equilíbrio corpóreo,
uma vez que é o principal responsável por fazer com que boa parte das
substancias corporais sejam aproveitadas ou descartadas exercendo um papel de
regente fisiológico do corpo humano, ou seja, reaproveita o que julga ainda
necessário para o corpo e descartando o que o organismo apresenta em excesso ou
lesivos.
O que
for descartado segue pelos ureteres até a bexiga urinária e por fim é excretado
pela urina.
Destacam-se como funções
renais:
1- FILTRAGEM (glomérulos): A circulação capta os resíduos
produzidos pelas células e a circulação é direcionada até as artérias renais
que adentram na víscera, este sangue é submetido a uma filtragem onde ocorre a
passagem das substâncias indesejadas (água em excesso, Cálcio, Sódio, alguns
nutrientes, ácidos, uréia,...) para canalículos de coleta, seguidamente para a pelve
renal, ureter e bexiga.
2- REABSORÇÃO (túbulos): algumas vezes as substancias já filtradas são reaproveitadas pelo rim através de um mecanismo de reabsorção dos componentes filtrados.
3- SECREÇÃO (túbulos, pelve e ureter): Uma vez filtrado (1), o rim reavalia o que foi descartado e reaproveita o que ainda julga necessário (2), o que não é reaproveitado na fase de reabsorção é por fim secretado aos túbulos (canais de coleta) e por fim destinado ao ureter e finalmente para bexiga.
2- REABSORÇÃO (túbulos): algumas vezes as substancias já filtradas são reaproveitadas pelo rim através de um mecanismo de reabsorção dos componentes filtrados.
3- SECREÇÃO (túbulos, pelve e ureter): Uma vez filtrado (1), o rim reavalia o que foi descartado e reaproveita o que ainda julga necessário (2), o que não é reaproveitado na fase de reabsorção é por fim secretado aos túbulos (canais de coleta) e por fim destinado ao ureter e finalmente para bexiga.
** Tais processos ocorrem na medula renal em estruturas denominadas NÉFRONS.
Outro
fator de suma importância para esta víscera é o controle da pressão arterial,
uma vez que é o principal responsável pelo equilíbrio hídrico do nosso corpo e
por nivelar os níveis de sódio.
O processo
de reabsorção renal é regido por um hormônio hipofisário chamado HORMÔNIO
ANTIDIURÉTICO (ADH), ele é o responsável por aumentar a reabsorção de água que
seria secretada pelo rim, ou seja, em casos de desidratação leve, moderada ou
grave (seja por sudorese, baixa ingestão de líquidos, diarréias...), após
receber a informação de que os níveis de água estão baixos, a hipófise libera o
ADH visando aumentar a reabsorção de água pelos filtrados renais (impede que a
água seja descartada pra bexiga) e assim mantendo os níveis hídricos corporais.
Da mesma
forma esse meio de equilíbrio hídrico é desempenhado por um ciclo de reações
fisiológicas a partir da liberação da Renina (pelo rim) que sofre uma série de
reações até a conversão em angiotensinogênio, este promove a liberação de
angiopressina pela hipófise (retenção de água) e de aldosterona pelas
supra-renais (retenção de sódio = o indivíduo fica com sede).
Em casos
de disfunção renal, esses mecanismos podem estar comprometidos e assim
atrapalhar esse processo de reabsorção e de equilíbrio hídrico, promovendo
quadros de hipertensão crônica, retenção de líquidos, alteração de fluxo e
composição urinária,...
As disfunções
renais estão em boa parte relacionados a alterações circulatórias onde o fluxo
sanguíneo que chega ao rim é insuficiente (alteração cardíaca valvular ou
miocárdica), artérias renais ou aorta comprimidas ou obstruídas, presença de
cálculos renais, inflamação (pielonefrite), tumor, ...
Uma vez reduzido o fluxo
sanguíneo renal, vai comprometer reduzindo o volume de filtragem renal e por
fim haverá um desequilíbrio hídrico ou residual na corrente sanguínea, em casos
graves onde a filtragem está deficiente aumenta significativamente a
concentração de resíduos teciduais no sangue a ponto de levar a uma acidose
metabólica e por fim ao óbito.
As cólicas renais provenientes de cálçulos, estão
relacionadas a baixa ingestão de água onde o rim se depara constantemente com
muito resíduo e pouca água para diluir e eliminar os mesmos, desta forma passa
a haver deposição residual nos segmentos renais e a calcificação destes
favorece a formação do cálculo.
O rim pode estar comprometido funcionalmente pela sua
relação com outras vísceras, já existem uma serie de componentes membranosos
que fixam um órgão ao outro e assim proporcionando uma repercussão entre os
mesmos, dentre os órgãos que se relacionam com os rins podemos destacar
·
Fígado
·
Vesícula
·
Duodeno
·
Baço
·
Estomago
·
Pâncreas
·
Diafragma
·
Intestino grosso
·
Jejuno
Desta
forma, seguramente uma alteração mecânica (fixação ligamentar, aderência,
inflamação...) destes órgãos citados podem proporcionar uma disfunção do rim em
questão. Outros fatores que podem favorecer uma disfunção renal estão nas
alterações nervosas proveniente dos segmentos simpáticos de T12-L1 e
parassimpáticos provenientes do X-par craniano (Vago), justificando a relação
dos rins com componentes lombares e cranianos também. Da mesma forma por estar
relacionado diretamente (fáscia) ao músculo Psoas, um quadro de dor na face
anterior do quadril pode nos indicar uma dor muscular referida por uma
disfunção renal.
A OSTEOPATIA
é indicada para o tratamento renal (associada a atenção médica e nutricional)
no sentido de promover maior mobilidade e funcionalidade renal, equilibrar os mecanismos
neuroendócrinos através de técnicas cranianas e estruturais especificas,
equilibrar possíveis relações renais com outros segmentos que podem estar
fixando-o, alívio da dor em cólicas renais, estimulação da circulação local,
entre outras.
Dentre
os sinais de alerta para possíveis disfunções renais podemos citar dor aguda em
região lombar e\ou flancos, cólica abdominal aguda, hematúria (sangue na urina),
urina escura, alteração de fluxo e freqüência urinária, febre, edema crônico,
perda de nutrientes pela urina (exame laboratorial), dor em região anterior de
quadril e dor em costelas baixas.
Muito
Obrigado
Boa noite!
ResponderExcluirEste artigo foi publicado em alguma revista? Você tem as referências dele.....suas fontes de pesquisa?
Trabalho com Osteopatia também e queria um "artigo científico" ligando doenças renais com dores no quadril para mostrar para o médico de uma paciente.....se puder me ajudar?!!