Notamos que
atualmente os partos têm sido felizmente objeto de inúmeras pesquisas devido às
mudanças que as intervenções deste quadro têm sofrido, é notório o aumento
significativo do número de gestantes interessadas e requisitando o método de
parto natural, da mesma forma percebe-se um certo decréscimo na procura de
cirurgiões obstetras visando priorizar o parto cirúrgico (cesárea).
Porém os
fatores que quero priorizar diz respeito ao PÓS PARTO, fase delicada e
preponderante para a saúde mental e física da paciente que acabara de dar a
luz. Importância esta que ressalto de primeiro momento fazendo-se lembrar das
inúmeras mudanças que o corpo de uma gestante sofre no período gestacional,
período este compreendido de 9 meses, iniciando-se no processo de fertilização
até o momento do parto.
A postura da gestante é alterada
gradativa e ininterruptamente devido às oscilações de seu peso em virtude das
ações hormonais que regem a harmonia entre 2 organismos, a retenção de líquido
e o controle nutricional da gestante contribui em uma oscilação rápida e
considerável de seu peso, sendo o ganho de peso como fator mais notório no 3°
trimestre de gestação, o ganho de peso abrupto neste período repercute de forma
importante sobre a postura da gestante devido à alteração do centro de gravidade
da mesma. O aumento do volume e do peso mamário e abdominopélvico desloca o
centro de gravidade postural superior e anteriormente
(impondo uma posição do tronco mais anterior, como se estivesse curvada), tal alteração
postural incute um aumento de pressão sobre a coluna dorsal e principalmente lombar (hiperlordose lombar),
favorecendo assim quadros de dores lombares (50% dos casos), ciáticas, alterações
vasculares, assim como o surgimento de
disfunções musculares e articulares.
Após o parto, em 10 dias a gestante praticamente
restabelece seu peso inicial, porém as adaptações que seu corpo sofreu no
decorrer do período gestacional devem ser agora corrigidas pelo mesmo de forma brusca,
em outras palavras é como se os fatores posturais que a gestação acarretou no
decorrer de 9 meses no corpo da gestante necessita ser recorrigido em 1 semana,
período muito comum no pós-parto imediato com queixas de desconfortos e/ou
dores musculares e articulares.
Deve ser
salientado que o método aplicado no parto vai incutir em um processo de pós
operatório diferenciado, hoje é comprovadamente evidenciado que o parto NATURAL
é o menos agressivo (ponto de vista postural) ao corpo da parturiente, bem como
a Cesárea é o procedimento com maior repercussão postural no pós-parto. Isso
explica-se pelo fato das CICATRIZES serem muitas vezes as protagonistas esquecidas
dos quadros posturais apresentados pelos pacientes (sintomáticos ou não).
Estudos de posturologia salientam que as
cicatrizes geram uma repercussão local de encurtamento (restrição proveniente
da aderência tecidual). A incisão cirúrgica da cesárea promove a deposição de
tecido fibroso rígido nas diversas camadas seccionadas até o útero, gerando
aderências locais e dessa forma restringindo a mobilidade elástica dos
componentes abdominais (músculos, fáscias, pele e vísceras), essa aderência
abdominal promove um encurtamento do plano muscular anterior do tronco e
consequente um estiramento do plano muscular posterior, gerando assim maior
sobrecarga mecânica na coluna vertebral (surgimento de lesões discais, ciáticas e
dores lombares). Neste caso a abordagem pós-operatória é indicada após 12 horas
do procedimento visando minimizar a instalação de possíveis aderências locais,
bem como priorizar a manutenção da mobilidade local das estruturas acometidas
pela incisão cirúrgica.
No parto
normal não observa-se a repercussão cicatricial, porém são notórias as
alterações articulares provocadas pela abertura da cavidade pélvica, o excesso
de abertura da cavidade pélvica no momento do parto gera um estresse muito
grande nas articulações locais (sínfise púbica e articulações sacroilíacas), bem como sobre
o aparato músculo-ligamentar. Neste caso o processo de intervenção pós-parto são orientados a iniciar após 6 horas, visando o restabelecimento da harmonia
mecânica pélvica da parturiente através de técnicas articulares, fásciais,
musculares e ligamentares.
É fato e
notório o sucesso desses tratamentos quando conduzidos de forma correta e
responsável, respeitando principalmente a parturiente como a protagonista do
tratamento.
A
OSTEOPATIA como intervenção manual diferenciada, consegue suprir os cuidados
que o processo do pós-parto impõe em virtude de dispor de técnicas manuais eficientes
e capazes tanto de liberar as aderências já instaladas (pós-parto tardio), de prevenir
e/ou reequilibrar os efeitos mecânicos do processo cicatricial (pós-parto
imediato), bem como consegue restabelecer a biomecânica postural destas
pacientes causadas pelo período gestacional e parto.
Devo
ressaltar a importância da realização de um acompanhamento pós-parto imediato
visando a prevenção de possíveis complicações inerentes à má postura causada
pela gestação, bem como visando prevenir também efeitos posturais tardios
ocasionados por repercussões cicatriciais. O tratamento osteopático pós-parto
está cada dia mais requisitado devido ao sucesso notado com as parturientes.
Não sofra,
sentir dor NÃO É NORMAL.
Procure um
osteopata!
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