As
dores cervicais (cervicalgias) são quadros cada vez mais rotineiros em nossas
clínicas e consultórios, uma vez que por se tratar da região mais móvel e vulnerável
da coluna vertebral torna-se assim a mais susceptível a problemas mecânicos oriundos
de traumas externos, bem como reflexo de ações internas do nosso corpo.
A coluna cervical é formada por 7 vértebras de
morfologias distintas entre as superiores (C1-C2) e as inferiores (C3-C7),
fator este que justifica o fato da articulação com o crânio ser diferente em
relação ao restante da coluna.
A grande variedade de problemas cervicais deve-se
principalmente à hipermobilidade que este segmento apresenta, uma vez que os
outros segmentos da coluna são envoltos de um aparato músculo\esquelético mais
propício de proteção além de o tamanho das vértebras aumentar quanto mais
inferior ela for. A coluna cervical
só tem uma proteção considerável nas suas extremidades onde se articula com a
cabeça e com a coluna torácica ou dorsal, o restante do segmento é bastante
móvel se comparado à coluna torácica e lombar.
Cervicalgia é o nome dado ao SINTOMA apresentado pelo
paciente, uma vez que é confundido como sendo DIAGNÓSTICO, trata-se de um
quadro doloroso e muitas vezes incapacitante oriundo de um fenômeno mecânico,
postural, traumático ou vásculo-nervoso. Muitas das procuras por atendimento osteopático
são referente à episódios traumáticos como chicote cervical por acidente de
carro, além de torcicolos, hérnia discal ou também por causa desconhecida pelo
paciente.
Nos episódios de CHICOTE CERVICAL nos deparamos com um
paciente portador de lesões anteriores e posteriores da coluna cervical (rigidez
severa), já que o mesmo é produzido por uma hiperextensao mais uma hiperflexão
em casos de choques posteriores, e o contrário em casos de choques frontais. Associado
a este caso pode estar um choque craniano frontal ou occipital (posterior)
gerando assim além dos sintomas cervicais graves quadros de disfunções
cranianas (alteração de estruturas internas – hormonais, comportamentais,...)
além do risco de fratura vertebral ou traumatismo craniano.
Quando se fala em TORCICOLO, não levamos em consideração
da abrangência e da complexidade que este quadro apresenta, muitas vezes
associamos um torcicolo a uma posição adotada de forma errada por um longo
período (dormir com o
pescoço virado) ou até por algum movimento brusco
cervical que gera um espasmo muscular.
Este quadro pode ser oriundo de inúmeros fatores como
malformação congênita (torcicolo
congênito = bebê nasce com torcicolo por mal posicionamento intra-uterino),
disfunção estrutural da cervical, traumático ou por repercussão de fatores
distantes (geralmente viscerais). Além de fatores adquiridos como inflamações, infecções,
tumores,...
Destaca-se a relação de vísceras abdominais com o
torcicolo em virtude da inervação do diafragma ser oriundo da coluna vertebral
(C3-C4), onde em casos de alteração diafragmática pode haver repercussão
mecânica sobre determinada víscera digestiva, além do que já foi descrito,
destaca-se que a inervação autonômica parassimpática das vísceras abdominais (Nervo
Vago-X) tem a coluna cervical como trajeto entre sua origem craniana e sua
entrada na cintura escapular para assim dirigir-se até o abdômen.
As HÉRNIAS CERVICAIS, assim como as lombares são relacionadas
a fatores causais mecânicos e da mesma forma pode promover compressão das raízes
nervosas cervicais, assim gerando sintomas em pescoço e membros superiores como
dor e formigamento. Estes sintomas podem estar sendo observados também em
quadros de disfunção vertebral somática (vértebra adaptada em outra posição) e
artrose vertebral onde a formação de um osteófito (bico de papagaio) poderá comprimir
a raiz nervosa do mesmo segmento. Estes
quadros podem estar da mesma forma associados**;
Em
todos estes casos a OSTEOPATIA destaca-se frente a sua eficácia tanto na
correção de algumas disfunções como no alívio do sintomas de outras, melhorando
a qualidade de vida do paciente que procura tal tratamento. Pelo fato da coluna
se tratar por uma UNIDADE FUNCIONAL onde todos seus componentes estão
relacionados (a dura-máter está aderida em todas as vértebras), o foco do
tratamento será global, ou seja, a intervenção osteopática vai abranger todos
os segmentos da coluna desde crânio até o sacro devolvendo a mobilidade e
restaurando as disfunções adquiridas pelo quadro apresentado. **Da
mesma forma possíveis adaptações em braços e pernas oriundas da coluna.
Anexo a este artigo poderia estar
relacionado os quadros de CERVICOBRAQUIALGIAS, porém considerei mais apropriado
estar falando de tal quadro isoladamente em uma próxima oportunidade.
Muito Obrigado!!
Relações com a cervical;
Plexo Cervical: conjunto de nervos periféricos que fazem a inervação sensitiva e motora dos membros superiores.
SN Autônomo SIMPÁTICO: 3 gânglios à nivel cervical que fazem a inervação simpática de coração e pulmão (relacionado a quadros como taquicardia, hipertensão, taquipnéia ou resp. acelerada).
Vísceras Digestivas: Por repercussão diafragmática (C3-C4) ou por alteração do nervo Vago-X (inervação parassimpática).
Lesões de extremidades: Disfunção de punho ou tornozelo (ou outras articulações) que geram uma cadeia adaptativa até a cervical ou lombar.
Disfunções cranianas que geram repercussões na musculatura cervical: Estrabismo, miopia,...
Alteração postural: Repercussão muscular em todo segmento da coluna.
...
tenho uma leve ondulação na cervical, isso me causa muitas dores quando fico tempo demais em pé, chega a ficar com a pele dormente e só passa se eu deitar no chão e ficar reta isso seria cervicalgias?
ResponderExcluirBoa tarde Dr.
ResponderExcluirSou pai de uma criança que padeceu de Itericia e ficou com secoelas pós sua recuperação de onde ficou intarnada por 20 dias hoje tem 6 meses e está com o pescoço enclinado para traz tal como a terceira imagen do artigo, faço para que minha filha fique boa?
preciso de ajuda.
Quidima Queta Yola
de Angola.