Muito de nós já nos deparamos com alguma pessoa na faixa dos 50 anos que profere a seguinte
frase.
_ Antigamente as
pessoas eram mais saudáveis.
Ou
_ Hoje as pessoas
morrem muito mais por doenças.
Tais colocações estão certas ou erradas? Diante destes
questionamentos nos deparamos com uma situação de ambigüidade ou duplo ponto de
vista, ou seja, será que hoje estamos “mais doentes” ou antigamente não existiam
tantos “meios de diagnósticos”, afinal de contas, óbitos por causas
desconhecidas eram rotineiramente citados por nossos ancestrais, muitos de nós
temos um familiar ascendente que faleceu de “causas naturais” (sem diagnóstico
predefinido).
Afinal,
morriam poucas pessoas por doenças por quê? Em virtude de não haver meios
diagnósticos como hoje, um paciente com insuficiência pancreática morreria naquela
sem saber a causa muitas vezes, assim como um câncer de próstata, não seria
evidenciado uma vez que os costumes masculinos daquela época não incentivarem
um exame de toque. Estas pessoas que faleciam por “causas naturais”, se elas
soubessem seus respectivos diagnósticos... a qualidade de vida dele seria a
mesma? A estimativa de vida dele seria a mesma?
Atualmente
estamos diante de uma gama muito ampla de MEIOS DE DIAGNÓSTICO (Exames de
imagem, hemogramas, eletro-encéfalograma...), isso é maravilhoso no sentido de
certificar a doença ou justificar os sintomas que estamos sentindo, porém nos
apresenta a cada dia que passa uma doença NOVA para nos preocuparmos. Muitos de
nós nos sentimos constantemente ameaçados com receio de contrairmos esta doença
nova e passamos a ficar MAIS CAUTELOSOS AINDA.
É
notável que uma pessoa portadora de um distúrbio psicológico\emocional tende a
ser mais susceptível à adoecer, uma vez que estes problemas reflitam
comprovadamente sobre a fisiologia corpórea, justificando assim a relação entre
a saúde mental com a corpórea. Da mesma forma um individuo livre de traumas ou
problemas psicoemocionais está infinitamente menos predisposto a ficar doente.
**O lema CARPE DIEM, nunca fez tanto sentido
pra você como agora.
Levando-se
em consideração que o fator psicológico\emocional esteja diretamente
relacionado ao estado de saúde de uma pessoa, favorecendo ou livrando esta
pessoa de fiar doente, o que seria mais plausível? Procurar saber se estamos
doentes (mesmo sem sintomas) como medida preventiva e assim conseguir tomar
medidas curativas prévias para uma possível patologia?? Ou evitar saber se
estamos acometidos por alguma doença (deixar inconsciente o que não está se
manifestando) e assim evitar que nossas emoções evidenciem nosso quadro?? Afinal
de contas o portador de Câncer piora e muito assim que se dá conta de seu
diagnóstico.
É
com este ponto de vista que lanço a seguinte enquete. A pregação feita aos
pacientes para a realização de exames de rotina para diagnósticos precoces, são
benéficos por evidenciar precocemente um quadro, ou maléficos por promover uma
ação emocional indesejada e podendo piorar o quadro?
É
notória uma mudança brusca de comportamento na população do mundo todo no
tocante de que “todos” estão adotando um comportamento mais receoso, fazendo
com que grande parte das nossas situações diárias passem a se tornar “perigosas”
ou passiveis de “grandes riscos”.
Li
certo dia um artigo relatando a seguinte colocação, “Muitos de nós somos predispostos a certas doenças das quais, na
realidade, nunca adoeceremos, e, todos nós estamos em algum grupo de risco...".
O interesse de indústrias farmacêuticas neste modo de pensar é muito grande,
uma vez que com esta paranóia intrínseca na idéia da população, aumenta-se a
procura, já que com a população “bitolada” na busca de
doenças, os gastos e a procura da assistência farmacêutica será muito maior. No entanto, se visarmos a correção comportamental do ser humano além de não render tantos gastos aos pacientes, a procura por medicamentos será muito menor.
Não
cabe a mim incutir em você leitor uma idéia de medida certa ou errada frente à
estes fatos, mas quero apenas dividir com você uma forma diferente de pensar e
agir diante de tantas formas de nos tornarmos 'doentes'. É evidente que se formos nos
avaliar algo estará em dissonância no nosso organismo, e assim seremos
portadores de uma doença.
Uma
forma de deixar claro o que quero dizer pode ser feita com a seguinte colocação retirada do
mesmo artigo lido, “Se as crianças tossem
após se exercitarem, elas têm asma; se elas apresentam dificuldade par ler, são
disléxicas; se elas são infelizes, é porque estão em depressão; se alternam
entre infelizes e eufóricas, têm distúrbio de bipolaridade. Talvez sem o exame periódico
muitos homens portadores de câncer de próstata se portariam a vida toda isentos
dos sintomas da doença e consequentemente aumentaria a qualidade de vida dela,
podendo mesmo assim tal enfermidade não o levar ao óbito”
Hoje
uma epidemia de Depressão e Trauma de infância toma conta de nossas crianças,
já que estas não estão mais capazes de absorver brincadeiras e uma correção
mais ríspida de seus pais, pois se tornam coagidas e assim podem entrar em
depressão. Será que se o tema BULLING não fosse difundido da forma que é
existiria tanta criança coagida?? O que houve nesta transição que as crianças
de hoje não são mais passíveis de receber críticas?? Sem generalizar, este
assunto requer um post de muitas páginas, mas visando não me estender, acredito
ter abordado um tema que gere a sua reflexão.
Muito Obrigado!
LEIA, COMENTE,
CRITIQUE, FIQUE À VONTADE...
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comentários citados: http://oeloperdidodamedicina.blogspot.com.br
Dr. Francelo,
ResponderExcluirUm bom tema para debate.
Em meu ponto de vista as doenças sempre existiram e continuarão existindo, com suas mutações naturais e a disponibilidade ampla de diagnósticos só é positiva.
Para viver bem precisamos ter um sentimento bom pela vida e, portanto, sentir-se bem com a vida saudável.
Quem se sente bem com a vida, quando vai ao médico procura lá sinais de boa saúde, jamais diagnósticos de doença.
Então, independente de ter ou não uma enorme gama de possibilidade de diagnósticos, é dentro de nós que se encontra a decisão de qual caminho a seguir: a saúde ou a doença.
Em relação ao bulling, penso que assim como muitos outros temas, deve sim ser exposto ao máximo para tornar público ao maior número de pessoas os danos que este representa e creio que sempre haverá sim alguém que se sentirá incentivado pela exposição do tema a praticar o ato porém, encontrará muitos outros agora conscientes da questão que irão ter reação ideal para o caso.
Muitas vezes me pergunto se a excessiva exposição de casos extremos de violência não gera incentivo para novos casos e ao mesmo tempo me questiono sobre o motivo desta exposição.
É interessante observar dentro de nós a reação pois ali é que está a resposta.
Quem procura violência encontra, quem busca paz, também encontra.
A saúde e a doença estão disponíveis para todos e a decisão de tê-los é interna e não externa.
Assim penso.
Abraço.
Obrigado pelo comentário Mário, este é mesmo o sentido da conversa, esta ambiguidade do tema que nos deixa assim sem um senso de CERTEZA diante dos fatos. É como a mais tradicional pauta nos debates referente a duplo sentido. A distribuição de preservativos em escolas...previne ou estimula??
ResponderExcluirQuanto ao Bulling eu percebo também assim como você descreveu que eixte MUITA GENTE que se aproveita da situação pra ganhar alguns benefícios.
já referente à saúde sempre nos deparamos com este dilema que apontei no texto...será que a busca pela doença (exames) represente uma medida de saúde?? estranho né?? haha
Abraço
Muito boa reflexão Francelo.
ResponderExcluirInfelizmente nossa estrura do modelo de saúde já é uma tendência à doença.
Afinal de contas, a palavra saúde só tem sentido se relacionada com o patológico. Ambas fazem função de figura-fundo, não podem coexistir.
A piada começa na definição de saúde segundo a Organização Mundial da Saúde: "situação de perfeito bem-estar físico, mental e social", a indústria farmacêutica pega carona atrás, lucrando milhões com o sofrimento das pessoas em tentar estar "saudável".
Mas, explorações econômicas à parte, ao desdobrar sua pergunta inicial, acredito que esta questão traga à tona uma dualidade ocidental já demasiada antiga, indivíduo x sociedade.
Um versus insolúvel na qual nos implica estes tipos de relações: saúde x doença, bem x mal, certo x errado, belo x feio, etc;
Acredito que fique interessante refletir também sobre as seguintes questões:
Você é doente pra quem?
ou melhor,
Você é saudável pra quem?
Abraço
Muito legal essa visão Fabrício, não havia pensado dessa forma. Vale sim, muito à pena refletir sobre ese aspecto...o correto é se SE SENTIR DOENTE, SER DOENTE ou ESTAR DOENTE? não é mesmo?...Realmente a definição que a OMS propaga deixa esse viés passivel de várias conclusões.
ExcluirINFELIZMENTE o aspecto econômico rege 99% de nossas ações diárias, e a nossa saúde como maior bem próprio que alguém pode ter, assim que surge um novo "distúrbio" na TV o nosso inconsciente passa a dar as cartas (SERÁ QUE EU TENHO ISSO??) e em diversas vezes ele nos vence e nos faz convencer.
neste sentido que enfatizei meu qustionamento do texto...SERÁ QUE É REALMENTE INTERESSANTE ESTARMOS FAZENDO EXAMES DE ROTINA?? até que ponto...?
Obrigado Fabrício