A cintura
escapular é uma complexa unidade funcional composta por 4 articulações
distintas, ou seja, não é apenas uma região de ligação do tórax com o membro
superior, mas sim toda essa estrutura localizada bilateralmente na entrada
torácica, desde a parte inferior do pescoço até a porção proximal do membro
superior, incluindo ossos, músculos, ligamentos
e fáscias.
Os componentes
ósseos formadores da cintura escapular são: ESCÁPULA, ÚMERO, CLAVÍCULA,
ESTERNO, 1ª COSTELA E T1 (10 OSSOS).
Desmembrando-se esse complexo, a cintura escapular é formada por 4 articulações:
Desmembrando-se esse complexo, a cintura escapular é formada por 4 articulações:
·
Esterno-clavicular;
·
Acrômio-clavicular;
·
Escápulo-torácica;
·
Gleno-umeral
Se deve levar
em consideração que, por se tratar de uma zona de transição entre um componente
rígido (tórax) e outro muito móvel (pescoço) esse local torna-se muito
susceptível a lesões em virtude do estresse sofrido. Da mesma forma é
interessante mencionar que todos os componentes vasculares e nervosos medulares,
que se dirigem para a cabeça, devem obrigatoriamente atravessar a cintura
escapular e, por ventura, se a conformação desta não estiver equilibrada, podem
ser observados assim alguns transtornos vasculares e\ou nervosos.
Deve ser
enfatizada também a relação que a cintura escapular tem com o restante do
corpo, uma vez que sua disposição anatômica permite relacionar-se diretamente (articular)
com o tronco, membro superior e pescoço, além de indiretamente (relação
miofascial) com a cabeça, ATM, coluna lombar e, consequentemente, membros
inferiores. Destaca-se a ação do músculo latíssimo do dorso (grande dorsal), o
qual relaciona a cintura pélvica e a coluna lombar com a articulação
gleno-umeral, justificando alguns casos de associação de sintomas lombo-pélvicos
com quadros de dor e limitação de movimento do ombro. Da mesma forma, é
interessante ressaltar que ao nível de C3, C4 e C5 na coluna cervical emergem
raízes nervosas destinadas ao ombro e, da mesma forma, fibras que vão inervar
sensitivamente algumas vísceras como o fígado e coração, justificando-se, assim
a associação de sintomas em ombro direito provenientes de uma hiper excitação
visceral hepática (órgão localizado no hemilado direito corporal), assim como o
coração associa-se ao ombro esquerdo.
Diante das
relações anatômicas apresentadas, fica evidente o teor de importância que esse
segmento tem na nossa abordagem, uma vez que normalmente apresenta repercussão
disfuncional proveniente de outro segmento, sendo muito comum observarmos na
avaliação clínica alterações de cervical e de cintura escapular simultaneamente.
Os desvios posturais também interferem diretamente no posicionamento da cintura
escapular projetando-a para cima, baixo, frente ou para trás e assim instalando
um quadro disfuncional no segmento.
Muito
susceptível a disfunções, a gama de lesões ortopédicas nestas articulações é
deveras extensa, onde notoriamente podem ser listadas e diferenciadas pelos
sintomas de dor e bloqueios articulares, principalmente. A manutenção da
integridade deste aparato é de suma importância, uma vez que seu prejuízo pode
interferir nos segmentos aos quais se relaciona. Portanto, quaisquer tipos de
sintomas ou queixas devem ser avaliados e, de imediato corrigidos, visando o
perfeito equilíbrio do corpo.
Dentre as
lesões observadas na cintura escapular podem ser destacadas:
·
TENDINITES: Lesões inflamatórias dos tendões
musculares, sejam elas por influência nutricional devido à má alimentação ou distúrbios
metabólicos, que favorecem a deposição de agentes irritativos nos tecidos
musculares (agentes resultantes de um metabolismo deficitário por disfunção de
um órgão). Por fim, as disfunções
mecânicas colocam alguns músculos em tensão permanente (seja por atrito em
um osso ou por estiramento) pela alteração do segmento articular, caso onde uma
luxação mal reabilitada deixa a articulação fora da conformação normal. Esse
mau posicionamento vai gerar um alongamento ou encurtamento permanente de um
determinado músculo ou grupo muscular, e essa condição, quando contínua - sem
dar condições de relaxamento -, vai comprometer a circulação e a nutrição deste
músculo, favorecendo a instalação de uma inflamação local (tendinite).
** Supraespinhoso e Bíceps braquial são os músculos mais acometidos.
** Supraespinhoso e Bíceps braquial são os músculos mais acometidos.
·
LUXAÇÕES/SUB-LUXAÇÕES (perda total ou parcial do
contato articular): Geralmente oriundos de um evento traumático, vão
proporcionar o bloqueio da articulação em questão, acarretando nas limitações
de movimentos (dolorosas ou não) e, posteriormente outras afecções adaptativas
no complexo ombro ou nos segmentos relacionados a ele, se não tratadas
devidamente.
·
LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL: os componentes da
inervação (coluna cervical) e da vascularização destinada ao membro superior são
encapsulados em uma bainha membranosa (plexo braquial) na altura da cintura
escapular antes de migrar para o membro. Este plexo pode ser comprimido em
alguns determinados pontos, desde a origem da raiz nervosa na coluna cervical, alguns
músculos do pescoço (escalenos) e do tronco (peitoral menor) ou ainda por
estruturas ósseas como clavícula e 1ª costela, além de outros pontos de
compressão na extensão do membro superior até a mão. Tais disfunções vão gerar queixas
como dores irradiadas ou referidas, além de parestesias e disfunções
circulatórias como alteração térmica do membro acometido associado ou não com
dor difusa.
·
DISFUNÇÕES AUTONÔMICAS: Estas são observadas em
casos de disfunção na coluna vertebral no nível de C7 ou de T1, vértebras essas
que estão relacionadas ao gânglio estrelado do sistema nervoso autônomo
Simpático. Uma alteração deste gânglio pode apresentar tanto repercussões
vasculares, mencionadas anteriormente, como alterações excretoras, onde o
paciente em questão apresenta principalmente queixas de ausência ou excesso de
sudorese.
·
DISFUNÇÕES LINFÁTICAS: A região de axila é
importante no aspecto linfático pela grande concentração de gânglios e vasos
deste sistema. Uma alteração tensiva dos componentes ali presentes pode
prejudicar a ação de drenagem e seus efeitos sistêmicos.
O tratamento
osteopático da cintura escapular é bastante abrangente, uma vez que a abordagem
do corpo todo se faz necessária muitas vezes, fica clara a importância e
relevância que a integridade deste segmento na saúde e bem estar. O tratamento
vai se utilizar de técnicas especificas que vão preconizar o reequilíbrio
(estrutural, funcional, linfático,...) e a harmonia da cintura escapular com o
restante dos segmentos. Portanto, a harmonia do corpo como um todo será
priorizada, visando livrar a região do estresse.
Existem 2
movimentos básicos que o paciente normalmente apresenta queixas no caso de se
fazer presente uma disfunção. O primeiro é o movimento PALMA DA MÃO ->
CABEÇA, e o outro é DORSO DA MÃO -> LOMBAR (SEM ENCOSTAR). Em casos de
dificuldade na realização destes 2 movimentos seja por dor ou por limitação,
procure um OSTEOPATA, pois seu ombro apresenta disfunção e você precisa dele
pra desempenhar sua atividades da melhor forma. Qualquer sintoma de bloqueio articular ou dor local merece ter a devida atenção.
tenho 75% de certeza que este é o meu problema,só que acho que abrangiu mais algumas outras areas
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