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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CERVICALGIAS



As dores cervicais (cervicalgias) são quadros cada vez mais rotineiros em nossas clínicas e consultórios, uma vez que por se tratar da região mais móvel e vulnerável da coluna vertebral torna-se assim a mais susceptível a problemas mecânicos oriundos de traumas externos, bem como reflexo de ações internas do nosso corpo.
            A coluna cervical é formada por 7 vértebras de morfologias distintas entre as superiores (C1-C2) e as inferiores (C3-C7), fator este que justifica o fato da articulação com o crânio ser diferente em relação ao restante da coluna.
            A grande variedade de problemas cervicais deve-se principalmente à hipermobilidade que este segmento apresenta, uma vez que os outros segmentos da coluna são envoltos de um aparato músculo\esquelético mais propício de proteção além de o tamanho das vértebras aumentar quanto mais inferior ela for. A coluna cervical só tem uma proteção considerável nas suas extremidades onde se articula com a cabeça e com a coluna torácica ou dorsal, o restante do segmento é bastante móvel se comparado à coluna torácica e lombar.
            Cervicalgia é o nome dado ao SINTOMA apresentado pelo paciente, uma vez que é confundido como sendo DIAGNÓSTICO, trata-se de um quadro doloroso e muitas vezes incapacitante oriundo de um fenômeno mecânico, postural, traumático ou vásculo-nervoso. Muitas das procuras por atendimento osteopático são referente à episódios traumáticos como chicote cervical por acidente de carro, além de torcicolos, hérnia discal ou também por causa desconhecida pelo paciente.
            Nos episódios de CHICOTE CERVICAL nos deparamos com um paciente portador de lesões anteriores e posteriores da coluna cervical (rigidez severa), já que o mesmo é produzido por uma hiperextensao mais uma hiperflexão em casos de choques posteriores, e o contrário em casos de choques frontais. Associado a este caso pode estar um choque craniano frontal ou occipital (posterior) gerando assim além dos sintomas cervicais graves quadros de disfunções cranianas (alteração de estruturas internas – hormonais, comportamentais,...) além do risco de fratura vertebral ou traumatismo craniano.
            Quando se fala em TORCICOLO, não levamos em consideração da abrangência e da complexidade que este quadro apresenta, muitas vezes associamos um torcicolo a uma posição adotada de forma errada por um longo período (dormir com o pescoço virado) ou até por algum movimento brusco cervical que gera um espasmo muscular.
            Este quadro pode ser oriundo de inúmeros fatores como malformação congênita (torcicolo congênito = bebê nasce com torcicolo por mal posicionamento intra-uterino), disfunção estrutural da cervical, traumático ou por repercussão de fatores distantes (geralmente viscerais). Além de fatores adquiridos como inflamações, infecções, tumores,...
           Destaca-se a relação de vísceras abdominais com o torcicolo em virtude da inervação do diafragma ser oriundo da coluna vertebral (C3-C4), onde em casos de alteração diafragmática pode haver repercussão mecânica sobre determinada víscera digestiva, além do que já foi descrito, destaca-se que a inervação autonômica parassimpática das vísceras abdominais (Nervo Vago-X) tem a coluna cervical como trajeto entre sua origem craniana e sua entrada na cintura escapular para assim dirigir-se até o abdômen.
            As HÉRNIAS CERVICAIS, assim como as lombares são relacionadas a fatores causais mecânicos e da mesma forma pode promover compressão das raízes nervosas cervicais, assim gerando sintomas em pescoço e membros superiores como dor e formigamento. Estes sintomas podem estar sendo observados também em quadros de disfunção vertebral somática (vértebra adaptada em outra posição) e artrose vertebral onde a formação de um osteófito (bico de papagaio) poderá comprimir a raiz nervosa do mesmo segmento. Estes quadros podem estar da mesma forma associados**;
                Em todos estes casos a OSTEOPATIA destaca-se frente a sua eficácia tanto na correção de algumas disfunções como no alívio do sintomas de outras, melhorando a qualidade de vida do paciente que procura tal tratamento. Pelo fato da coluna se tratar por uma UNIDADE FUNCIONAL onde todos seus componentes estão relacionados (a dura-máter está aderida em todas as vértebras), o foco do tratamento será global, ou seja, a intervenção osteopática vai abranger todos os segmentos da coluna desde crânio até o sacro devolvendo a mobilidade e restaurando as disfunções adquiridas pelo quadro apresentado. **Da mesma forma possíveis adaptações em braços e pernas oriundas da coluna.
                Anexo a este artigo poderia estar relacionado os quadros de CERVICOBRAQUIALGIAS, porém considerei mais apropriado estar falando de tal quadro isoladamente em uma próxima oportunidade.

Muito Obrigado!!
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Relações com a cervical;

Plexo Cervical: conjunto de nervos periféricos que fazem a inervação sensitiva e motora dos membros superiores.

SN Autônomo SIMPÁTICO: 3 gânglios à nivel cervical que fazem a inervação simpática de coração e pulmão (relacionado a quadros como taquicardia, hipertensão, taquipnéia ou resp. acelerada).

Vísceras Digestivas: Por repercussão diafragmática (C3-C4) ou por alteração do nervo Vago-X (inervação parassimpática).

Lesões de extremidades: Disfunção de punho ou tornozelo (ou outras articulações) que geram uma cadeia adaptativa até a cervical ou lombar.

Disfunções cranianas que geram repercussões na musculatura cervical: Estrabismo, miopia,...

Alteração postural: Repercussão muscular em todo segmento da coluna.

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Osteopatia e Ginecologia




            Atendendo a alguns pedidos de algumas amigas, minha irmã e minha namorada, me propus a escrever sobre a intervenção da OSTEOPATIA em algumas disfunções ginecológicas, pelo fato do termo GINECOLOGIA  abranger uma gama muito grande de conteúdo vou me ater em discorrer sobre algumas principais queixas do sexo feminino.
          
          Antes de qualquer argumentação é válido ressaltar alguns dados relevantes sobre o assunto como aspectos anatômicos do aparelho ginecológico e suas relações com áreas adjacentes. É formado por 5 estruturas principais:
·                         PELVE: É o nome dado para a região de forma global compreendida entre os ossos ilíacos e anteriores ao sacro, vai comportar alem das vísceras pélvicas um aparato muscular e ligamentar muito potente, a musculatura local (assoalho pélvico) vai formar um piso onde vão se “assentar” todos os componentes locais, além de exercer uma função secundária de diafragma (regulador da pressão intra-abdominal ). Na mulher a pelve é de característica mais larga que em virtude da fisiologia e anatomia local visar receber um feto quando na idade adulta.
·                      PERÍNEO: Porção mais inferior da pelve está localizada inferiormente ao assoalho pélvico e compreendido entre a sínfise púbica e o cóccix, é o elemento pélvico mais fixo\rígido e portador de disfunções de tônus (incontinência urinária ou fecal) pelo peso recebido permanentemente.
·              ÚTERO: A víscera mais móvel e moldável do corpo humano apresenta uma conformação triangular formada basicamente por um corpo, istmo e colo, além de diversas estruturas ligamentares que se inserem nele. Dentre elas as mais relevantes para suas patologias são:
o   (1) Fáscia sacroretogênitovésicopúbica (Membrana que está aderida bilateralmente nas estruturas que dão o nome à fáscia à Sacro, Reto, Útero, Bexiga e Púbis) e vai favorecer as repercussões mecânicas entre todas elas.
o   (2) Ligamentos útero-sacros (Relacionam os problemas\sintomas de coluna lombar e sacral com o útero).
o   (3) Ligamento largo (membrana larga que une a face lateral do útero com a parede lateral do abdômen)
·                  OVÁRIOS: 2 estruturas ovais de aproximadamente 4x2 cm (6-8g) estão unidos ao útero por estruturas ligamentares específicas (ligamentos útero-ováricos) além das trompas de falópio superiormente.

Além destes, fazem parte deste conjunto os regentes da fisiologia de todo este complexo, os chamados centro reguladores superiores que fazem a mensuração e o controle hormonal das necessidades do organismo feminino;
       HIPOTÁLAMO: Faz uma interpretação dos níveis hormonais (ciclo menstrual) e comunica a hipófise.
            HIPÓFISE: Uma vez recebida a informação hipotalâmica, é a responsável por fazer a liberação dos hormônios na corrente sanguínea responsáveis por realizar a regulação de todo este sistema.
            ** Esse mecanismo pode ser comprometido na presença de algumas enfermidades graves ou sobre efeitos psicossomáticos.

            No âmbito osteopático, por se tratar de um órgão extremamente móvel e diretamente relacionado com estruturas próximas como bexiga, coluna lombo-sacra, reto (intestino grosso) e assoalho pélvico, o útero vai apresentar repercussões pelos 3 elementos ligamentares citados anteriormente (Principalmente).
            Fica mais claro exemplificar o fato de uma disfunção de sacro (Torção) trazer uma tensão ligamentar até o útero modificando sua conformação ou posicionamento, por fim, gerando sintomas a esta paciente. Da mesma forma, uma disfunção de útero repercutir em sintomas lombares, sacrais, intestinais,...
            As DISFUNÇÕES DE ÚTERO são averiguadas através de testes de mobilidade e palpação, onde podem ser citados as seguintes lesões: 1. Anteversão, 2. Anteflexão, 3. Retroversão, 4. Retroflexão, 5. Láteroversão e 6. Láteroflexão. Onde, estas são classificadas de acordo com a posição combinada entre corpo e colo uterino, ou seja, se o corpo se move para um lado|frente|atrás e o colo uterino se move para o sentido contrário, estas disfunções recebem as terminações nominais VERSÃO em seu nome. Já, se o corpo uterino se move e o colo permanece estático nomina-se tais disfunções com as terminações FLEXÃO.
            Fisiologicamente o útero apresenta uma conformação levemente ANTIVERTIDA, de forma que se apóia na face superior da bexiga, relação esta que explica a necessidade da gestante urinar constantemente (o útero cresce e comprime a bexiga), da mesma forma que explica outros sinais como prisão de ventre e lombalgias intermitentes. Por apresentar um sistema ligamentar aderido à tantos locais fica evidente a quantidade de sintomas e problemas que uma disfunção uterina pode proporcionar.
            As CÓLICAS MENSTRUAIS ou DISMENORRÉIAS consistem numa anomalia dos receptores musculares que provocam contrações intensas da musculatura uterina em casos de disfunções presentes, desequilíbrios hormonais na 2ª metade do ciclo menstrual ou por uma congestão vascular uterina (obesidade, disfunção de períneo e alterações mecânicas) são relacionados a tal patologia.
            Tensão Pré-Menstrual (TPM) consiste em um conjunto de sintomas associados entre os 5-11 dias que antecedem a menstruação e desaparecem com o inicio da mesma, relacionados com um desequilíbrio onde é observada uma “flutuação” dos níveis de estrógeno e progesterona, onde este segundo produz um neuroesteróide estimulante do GABA (substância que possui efeito ansiolítico = calmantes e redutores da ansiedade), ou seja, quando os níveis de progesterona encontram-se diminuídos, consequentemente as concentrações destas substâncias estarão reduzidas também e com elas suas funções ansiolíticas, favorecendo assim o surgimento de sintomas como ansiedade, nervosismo, instabilidade emocional e depressão. Da mesma, associados a esta flutuação dos níveis hormonais citados vamos encontrar outros sintomas como, cefaléias, dores na coluna, cólicas abdominais e flatulência, espasmos musculares (cólicas), aumento de peso, prisão de ventre, náuseas,... .
            Nas mulheres pós-menopáusicas, onde estes hormônios encontram-se inativos a TPM não é mais observada.
           
           De forma geral associamos os quadros de disfunções ginecológicas tanto alterações mecânicas, como fisiológicas relacionadas a funções dos centros superiores. Da mesma forma, o TRATAMENTO OSTEOPÁTICO vai focar sua intervenção na correção destes fatores, tanto em um reposicionamento ou ganho de mobilidade do útero ou estruturas adjacentes (sacro, coluna lombar, intestino grosso, bexiga,...) por técnicas diretas sobre a estrutura comprometida, e\ou por intervenção craniana (último artigo publicado sobre crânio) visando estimular a hipófise através de técnicas para a sincondrose esfenobasilar. As técnicas também serão voltadas a inervação de cada segmento visando a normalização autonômica do segmento alterado (L2 para ovários e L5 para Útero).
            Para não estender mais o conteúdo, coloco-me a disposição para eventuais questionamentos, sugestões, críticas ou quaisquer outras colocações.

            MUITO OBRIGADO!

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Tanto ÚTERO como OVÁRIOS podem apresentar repercussões por suas inserções (disfunções adaptativas) de estruturas diversas como:
  • Crânio.
  • Intestinos.
  • Sistema emocional.
  •  Coluna vertebral-sacro
  • Bexiga.

LESÃO DE SACRO --> Crânio (SEB) --> Alt. Hipófise --> Disfunção hormonal --> Transtorno de ovários.