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sábado, 15 de março de 2014

Disfunções de quadril (Artrose)



Uma articulação que gera constante procura por atendimento em clínicas e consultórios fisioterapêuticos é o quadril, normalmente com queixas dolorosas ou restritivas o quadril é uma zona que recebe sobrecargas mecânicas continuamente durante a posição em pé. Desta forma o número de enfermidades que podem ser notadas nessa articulação é significativo, dentre as quais podem ser destacadas a artrose (será comentado no final da postagem), as bursites e as tendinites.
            Esta articulação apresenta uma conformação de “bola e soquete” onde há o encaixe de uma extremidade esférica superior do osso da coxa (cabeça do fêmur) com uma cavidade côncava profunda na porção inferior do osso da pelve (ilíaco). Essa união é reforçada por inúmeros componentes ligamentares e musculares provendo o local de uma estabilidade e resistência bastante significativa. A mobilidade desta articulação é bastante ampla provendo a mesma de movimentos em todos os planos e eixos.
  O aparato músculo-ligamentar pode ser observado nas imagens 

       http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR9cGQBW3npWuR7Myggf9HvffqUMZLW6T-qm4hSKx_yn86UB37z 

     Como mencionado em postagens anteriores o corpo humano apresenta uma capacidade importantíssima de auto-cura e de adaptação, onde os segmentos corporais (neste caso as articulações) mudam sua conformação visando não sobrecarregar um segmento já lesado, por exemplo, um entorse de tornozelo gera uma mudança traumática do alinhamento e da conformação articular dos componentes envolvidos no pé, sendo observadas alterações no modo de pisar, caminhar e a longo prazo de postar-se em pé (repercussão postural), isso só é possível em virtude da adaptação que a tíbia e a fíbula (perna) tiveram para evitar maiores danos ao tornozelo que se encontra lesado, da mesma forma, o fêmur (coxa) adapta-se aos ossos da perna e a pelve posiciona-se anterior ou posteriormente para evitar maiores danos à lesão primária (entorse).
            Tal raciocínio também pode ser aplicado com uma visão descendente destas adaptações, como, por exemplo, os ossos da cintura pélvica adaptando-se à uma lesão de coluna lombar ou de gradil costal.
            Notamos que o quadril frequentemente apresenta sobrecargas provenientes de outras áreas do corpo, e por se tratar de uma articulação bastante móvel apresenta uma capacidade ainda maior de receber esses estímulos e se desgastar mais rapidamente (artrose), uma vez alterada a articulação, o quadril pode apresentar-se com restrição de movimentos por uma fixação onde a musculatura e o aparato ligamentar se tornem tensos limitando preventivamente a mobilidade local, ou como área hipermóvel onde nota-se uma articulação mais livre em virtude dela estar compensando a fixação de uma lesão primária em outro segmento (pé, joelho, coluna lombar, articulação sacro-ilíaca,...).
            No caso dos sintomas de fixação, a avaliação nos mostra uma área com componentes musculares e ligamentares mais tensos que o normal (se tensionam visando privar a articulação de movimento já que a mesma encontra-se em disfunção), enquanto nos casos de hipermobilidade (normalmente associada a dor) os componentes articulares mostram-se mais frouxos visando aumentar a mobilidade e consequentemente compensar a fixação de outro segmento.
            A inervação das estruturas relacionadas com a articulação do quadril são provenientes da coluna lombar e de sacro, portanto disfunções vertebrais de qualquer segmento compreendido entre T12 e sacro podem alterar estes componentes e promover uma disfunção desta articulação.
             
            A COXARTROSE (Artrose de quadril) é uma enfermidade bastante freqüente que gera dor local e impotência funcional, uma vez que a mesma fica sem integridade pra suportar a carga que recebia antes. Há um desgaste da cartilagem articular resultante da associação entre a sobrecarga de peso e a mobilidade aumentada, assim com a cartilagem comprometida os movimentos passam a ficar mais restritos e com menor fluidez uma vez que o contato articular já e ósseo (áspero e doloroso) e não mais cartilaginoso (liso e indolor).
            A evolução da artrose é lenta e distribuída em fases, onde em um primeiro momento o paciente apresenta uma mobilidade maior do quadril favorecendo o início do desgaste articular, posteriormente as lesões instaladas são detectadas pelo sistema nervoso e consequentemente observa-se um aumento da tensão dos componentes músculo-ligamentares visando privar a articulação de movimento para evitar maiores lesões, e por fim as deformidades articulares se fazem mais notórias (Limitação de movimento e alteração do alinhamento articular).
            Entre as condições que favorecem uma coxartrose estão o sobrepeso, lesão articular traumática, artrites e fatores vasculares. Geralmente as queixas atreladas a coxartrose são mencionadas como dores inguinais (virilha), ao lado do quadril, semelhante a uma ciática, dores na coxa, joelho e região pélvica. Tais sintomas normalmente são associados ao movimento e da mesma forma diminuem com repouso, normalmente nota-se uma tendência do membro inferior se adaptar em rotação externa.
            Tais sintomas devem ser confirmados com um exame de imagem onde é observado perda da regularidade da linha articular com diminuição de espaço, ou seja, vai parecer que os ossos estão se encostando e suas bordas estão “corroídas” pelo desgaste.
            A OSTEOPATIA visa sempre a correção da lesão primárias que está gerando a sobrecarga no quadril, a manutenção da integridade articular, a redução do quadro doloroso, aumentar a mobilidade articular, relaxar as estruturas tensas, prover integridade circulatória local e por fim corrigir as deformidades impostas pelo quadro.