Contato

Contato:
francelodiego@gmail.com
(67) 3325-8197 - Clínica REABILITARE - Campo Grande - MS

sexta-feira, 16 de maio de 2014

OSTEOPATIA NAS CÓLICAS MENSTRUAIS


Diante de algumas solicitações e da real importância que o assunto requer, me coloquei a disposição novamente para falar de ginecologia, mais precisamente de um problema que assola cerca de 50% das mulheres em idade fértil, as cólicas menstruais. Deve-se salientar as dores abdominais baixas (pélvicas) num contexto geral para tornar mais importante e visado o assunto pela sua abrangência.
        As cólicas menstruais ou Dismenorréias espasmódicas são notadas como eventos dolorosos presentes na fase pré-menstrual, tal evento pode ser oriundo de uma série de fatores, desde questões vasculares normais até resultantes de uma alteração hormonal.
            Dentre as causas mais comuns das síndromes dolorosas uterinas podem ser listadas:
 

  • Oscilação dos níveis hormonais (estrogênio-progesterona) naturais da segunda metade do ciclo feminino; --> Hipófise.
  • Lesão do tecido uterino por miomas bem como endometriose,
  • Resquícios da descamação da parede uterina proveniente de ciclos anteriores,
  • Excesso de atividade neurológica local (atividade simpática),
  • Medo e ansiedade,
  • Disfunção posicional uterina (flexões e torções uterinas)
  • Disfunção estrutural lombopélvica.
  • Deficiência circulatória (drenagem venosa comprometida)

      Ou seja, de forma mais abrangente podemos afirmar que as crises dolorosas pré-menstruais podem ser de natureza hormonal, nervosa, lesional e\ou estrutural (Postural).
      O ciclo menstrual é marcado por oscilações semanais dos níveis de hormônios (geridos pela hipófise) visando preparar e condicionar esta mulher a receber um feto, caso ocorra a fecundação e a mulher engravide seu corpo (útero) já encontra-se preparado para isso, caso não ocorra uma fecundação, seu corpo descarta as condições anteriores e recomeça o mesmo processo no próximo mês (observa-se a descamação do endométrio e o início da menstruação visando condicionar este útero para um próximo ciclo). Para que haja esse processo de eliminação residual o útero ainda sensível pela descamação deve passar a contrair (ocitocina) visando excretar este conteúdo, contrações estas que proporcionam a sensação dolorosa em algumas mulheres. 

Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino
                
         O útero é amparado ou sustentado por diversas estruturas dentre músculos, fáscias e ligamentos, estes são inseridos em ossos específicos da região pélvica (coluna lombar, sacro e ilíacos). Desta forma se a paciente apresenta flacidez ou tensão de períneo (assoalho pélvico), assim como disfunção estrutural\posicional destes ossos em que se encontra inserido, a probabilidade dessa mulher apresentar uma alteração uterina é considerável, já que o útero acompanha as alterações das estruturas que o seguram. Uma torção de sacro, disfunção de ilíacos (bacia), púbis ou de coluna lombar podem acarretar num desalinhamento uterino dificultando o desempenho do mesmo no ciclo menstrual.
       Outro fator importante e muito presente nas pacientes com queixas de cólicas são provenientes da inervação simpática (sistema nervoso autônomo) a qual vai condicionar este útero a permanecer em um estado de pré-tensão e assim intensificar as contrações. Esta inervação é oriunda de um gânglio simpático láterovertebral, neste caso, com origem em L3 (ovários) e L5 (útero), onde qualquer tipo de disfunção vertebral nestes níveis pode favorecer uma estimulação simpática mais proeminente e assim gerar as contrações dolorosas.


        A circulação local proveniente de artérias e veias pélvicas  destinadas para o aparelho genital feminino é aderido ao ligamento largo, estrutura esta que faz jus ao nome já que é bastante amplo unindo toda a face lateral uterina à parede abdominal lateral e ossos ilíacos, desta forma nota-se uma possível repercussão uterina sob efeito de uma disfunção ilíaca (bacia), em disfunção, este ligamento pode sofrer um estiramento alterando o tônus próprio e possivelmente comprometendo as estruturas vasculares que passam por ele.
        Levando-se em consideração que a hipófise é o ”maestro” de todo esse mecanismo hormonal (*) fica claro que uma alteração craniana pode interferir no processo, assim como fatores diversos podem gerar um comprometimento de qualquer uma das estruturas envolvidas seja uma aderência cicatricial ou problemas em outros segmentos que venham a alterar a mecânica das estruturas envolvidas (**) e assim comprometer o funcionamento uterino. 
        Desta forma é notório que a cólica menstrual não pode ser considerada normal e que pode sim ser devidamente tratada com OSTEOPATIA, seu tratamento não é simplista e necessariamente medicamentoso.  A OSTEOPATIA vai visar a devida avaliação e correção das estruturas envolvidas no quadro, sejam estas estruturas ligadas diretamente ou indiretamente ao aparelho reprodutor feminino, são utilizadas técnicas específicas e a paciente apresenta resultados na mesma hora. Devida a abrangência do problema a atuação do osteopata tem igual proporção trazendo integridade vascular, nervosa e funcional ao local, uma vez que os sintomas podem ser provenientes desde uma disfunção uterina local até resultantes de um complexo sistema lesional. 
 
 _________________________________________________________________________________

(*) A Hipófise libera as gonadotrofinas  que vão estimular o ovário a produzir a progesterona e o estrogênio.
(**) Uma lesão no membro inferior que adapte os ilíacos ou o sacro. Uma escoliose que leve há uma torção sacral,...