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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

OSTEOPATIA E DISFUNÇÕES RENAIS



Voltando à ativa de escrever um pouco mais, me deparei com uma discussão saudável dias atrás com um grande amigo meu referente atuação do fisioterapeuta nas disfunções renais, uma vez que tal abordagem é desconhecida por grande parte da nossa população. O fisioterapeuta tem sim papel interessante na abordagem de disfunções renais uma vez que é o profissional responsável pelo retorno da mobilidade ou da atividade dos segmentos corpóreos.
A OSTEOPATIA em sua abordagem visceral também assume um aspecto de reabilitação, porém de forma mais enfática, uma vez que a intervenção osteopática visceral não implica apenas em dar mobilidade pra víscera mas também em condicionar sua funcionalidade equilibrando fatores mecânicos, fisiológicos e neuroendócrinos.

Os rins são vísceras bilaterais no formato de um feijão que situam-se lateralmente aos corpos vertebrais de T12-L3 do lado direito e de T11-L2 do lado esquerdo. Essa diferença de altura é justificada pelo posicionamento do fígado que projeta o rim direito mais abaixo. Tal localização torna-se mais clara ao referir as ultimas costelas como referência. Encontram-se ainda assentadas sobre os mesmos as glândulas supra renais, estruturas de suma importância sistêmica hormonal.
O rim apresenta 3 funções primordiais de suma importância para o equilíbrio corpóreo, uma vez que é o principal responsável por fazer com que boa parte das substancias corporais sejam aproveitadas ou descartadas exercendo um papel de regente fisiológico do corpo humano, ou seja, reaproveita o que julga ainda necessário para o corpo e descartando o que o organismo apresenta em excesso ou lesivos.
O que for descartado segue pelos ureteres até a bexiga urinária e por fim é excretado pela urina.

Destacam-se como funções renais:

1- FILTRAGEM (glomérulos): A circulação capta os resíduos produzidos pelas células e a circulação é direcionada até as artérias renais que adentram na víscera, este sangue é submetido a uma filtragem onde ocorre a passagem das substâncias indesejadas (água em excesso, Cálcio, Sódio, alguns nutrientes, ácidos, uréia,...) para canalículos de coleta, seguidamente para a pelve renal, ureter  e bexiga. 
2- REABSORÇÃO (túbulos): algumas vezes as substancias já filtradas são reaproveitadas pelo rim através de um mecanismo de reabsorção dos componentes filtrados. 
3- SECREÇÃO (túbulos, pelve e ureter): Uma vez filtrado (1), o rim reavalia o que foi descartado e reaproveita o que ainda julga necessário (2), o que não é reaproveitado na fase de reabsorção é por fim secretado aos túbulos (canais de coleta) e por fim destinado ao ureter e finalmente para bexiga.
 
** Tais processos ocorrem na medula renal em estruturas denominadas NÉFRONS.

Outro fator de suma importância para esta víscera é o controle da pressão arterial, uma vez que é o principal responsável pelo equilíbrio hídrico do nosso corpo e por nivelar os níveis de sódio.
O processo de reabsorção renal é regido por um hormônio hipofisário chamado HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH), ele é o responsável por aumentar a reabsorção de água que seria secretada pelo rim, ou seja, em casos de desidratação leve, moderada ou grave (seja por sudorese, baixa ingestão de líquidos, diarréias...), após receber a informação de que os níveis de água estão baixos, a hipófise libera o ADH visando aumentar a reabsorção de água pelos filtrados renais (impede que a água seja descartada pra bexiga) e assim mantendo os níveis hídricos corporais.
Da mesma forma esse meio de equilíbrio hídrico é desempenhado por um ciclo de reações fisiológicas a partir da liberação da Renina (pelo rim) que sofre uma série de reações até a conversão em angiotensinogênio, este promove a liberação de angiopressina pela hipófise (retenção de água) e de aldosterona pelas supra-renais (retenção de sódio = o indivíduo fica com sede).
Em casos de disfunção renal, esses mecanismos podem estar comprometidos e assim atrapalhar esse processo de reabsorção e de equilíbrio hídrico, promovendo quadros de hipertensão crônica, retenção de líquidos, alteração de fluxo e composição urinária,...
As disfunções renais estão em boa parte relacionados a alterações circulatórias onde o fluxo sanguíneo que chega ao rim é insuficiente (alteração cardíaca valvular ou miocárdica), artérias renais ou aorta comprimidas ou obstruídas, presença de cálculos renais, inflamação (pielonefrite), tumor, ...
Uma vez reduzido o fluxo sanguíneo renal, vai comprometer reduzindo o volume de filtragem renal e por fim haverá um desequilíbrio hídrico ou residual na corrente sanguínea, em casos graves onde a filtragem está deficiente aumenta significativamente a concentração de resíduos teciduais no sangue a ponto de levar a uma acidose metabólica e por fim ao óbito.
            As cólicas renais provenientes de cálçulos, estão relacionadas a baixa ingestão de água onde o rim se depara constantemente com muito resíduo e pouca água para diluir e eliminar os mesmos, desta forma passa a haver deposição residual nos segmentos renais e a calcificação destes favorece a formação do cálculo.
            O rim pode estar comprometido funcionalmente pela sua relação com outras vísceras, já existem uma serie de componentes membranosos que fixam um órgão ao outro e assim proporcionando uma repercussão entre os mesmos, dentre os órgãos que se relacionam com os rins podemos destacar
·         Fígado
·         Vesícula
·         Duodeno
·         Baço
·         Estomago
·         Pâncreas
·         Diafragma
·         Intestino grosso
·         Jejuno

Desta forma, seguramente uma alteração mecânica (fixação ligamentar, aderência, inflamação...) destes órgãos citados podem proporcionar uma disfunção do rim em questão. Outros fatores que podem favorecer uma disfunção renal estão nas alterações nervosas proveniente dos segmentos simpáticos de T12-L1 e parassimpáticos provenientes do X-par craniano (Vago), justificando a relação dos rins com componentes lombares e cranianos também. Da mesma forma por estar relacionado diretamente (fáscia) ao músculo Psoas, um quadro de dor na face anterior do quadril pode nos indicar uma dor muscular referida por uma disfunção renal.
A OSTEOPATIA é indicada para o tratamento renal (associada a atenção médica e nutricional) no sentido de promover maior mobilidade e funcionalidade renal, equilibrar os mecanismos neuroendócrinos através de técnicas cranianas e estruturais especificas, equilibrar possíveis relações renais com outros segmentos que podem estar fixando-o, alívio da dor em cólicas renais, estimulação da circulação local, entre outras.
 
Dentre os sinais de alerta para possíveis disfunções renais podemos citar dor aguda em região lombar e\ou flancos, cólica abdominal aguda, hematúria (sangue na urina), urina escura, alteração de fluxo e freqüência urinária, febre, edema crônico, perda de nutrientes pela urina (exame laboratorial), dor em região anterior de quadril e dor em costelas baixas.
 

Muito Obrigado

Um comentário:

  1. Boa noite!
    Este artigo foi publicado em alguma revista? Você tem as referências dele.....suas fontes de pesquisa?
    Trabalho com Osteopatia também e queria um "artigo científico" ligando doenças renais com dores no quadril para mostrar para o médico de uma paciente.....se puder me ajudar?!!

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