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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Neuralgia do Trigêmio (Síndrome dolorosa facial)



A neuralgia do V-Nervo trigêmeo (NT) é a mais conhecida e debilitante das neuralgias faciais e é caracterizada por dor forte descrita normalmente como latejante, queimação ou choque elétrico na área de inervação de tal nervo.
            O V-Nervo Trigêmeo é o quinto par dos nervos cranianos e apresenta funções sensitivas e motoras (nervo misto), desta forma forma é responsável por inervar sensitivamente boa parte da face e do crânio, além da motricidade dos músculos da mastigação (masséter, pterigoideos e temporais). Uma patologia neste nervo poderá acarretar em sintomas de caráter sensitivo como dor intensa nas áreas faciais inervadas, bem como déficit de força nos músculos da mastigação. O nervo trigêmeo tem sua origem no tronco cerebral, formando posteriormente um gânglio à altura do osso temporal (Gânglio Trigeminal ou de Gasser) onde tal nervo se divide em 3 ramos, justificando o nome do mesmo, do gânglio de Gasser emerge:
V1-Nervo Oftálmico: Ramo superior que vai inervar as regiões supra nasal, orbicular, frontal e ápice do crânio.
V2-Nervo Maxilar: Ramo intermediário que vai inervar as regiões entre o nariz e a boca, dentes superiores, região lateral da face e esfenoidal;
V3-Nervo Mandibular: Ramo inferior que inerva a região infra bucal, mandíbula, ouvido externo e temporal.
            O número de estruturas ósseas e ligamentares que podem acarretar em lesão destes nervos é considerável, uma vez que uma lesão do osso temporal pode comprometer diretamente o gânglio de Gasser, e consequentemente os 3 ramos, da mesma forma uma lesão de esfenóide, frontal, mandíbula ou maxilar, podem comprometer isoladamente cada um dos 3 ramos e assim prover uma sintomatologia específica da área daquele ramo isoladamente.
As causas da NT são ainda obscuras, sendo normalmente relacionadas à traumas cranianos não tratados e mal adaptados, processos de degeneração nervosa (Escleroses) ou por compressão de tais nervos por processos tumorais e vasos sanguíneos. Normalmente o que se nota nos pacientes é uma área de hipoestesia (diminuição da sensibilidade – “amortecimento”) dolorosa abrangente que se iniciou depois de um trauma craniano e\ou facial, além de consequências de procedimentos cirúrgicos faciais ou dentários. A NT é mais incidente em mulheres e apresenta crises rápidas de dor facial com maior intensidade em áreas próximas do nariz e lábios (zonas de gatilho), dura de segundos a minutos com o surgimento de dor intensa, hipersalivação, lacrimejamento, dor de dente e\ou corrimento nasal do lado comprometido. Tais crises podem apresentar-se repetidamente por minutos ou com intervalos maiores de horas ou dias, vindo a diminuir gradativamente até se tornarem mais frequentes com intervalos inter-crises menores se não tratados de modo eficaz.
O tratamento clínico multidisciplinar é fundamental para a melhora deste paciente. A osteopatia analisa a NT  como um sintoma de uma má conformação craniana, seja oriunda de um trauma ou de outros fatores que fazem os ossos do crânio se adaptarem desordenadamente e assim comprometer a mobilidade do mesmo e comprimindo tais raízes. O tratamento adequado vai livrar estas estruturas de tensões, bem como corrigir outros segmentos que podem estar gerando estes sintomas.
·        *Os ossos do crânio apresentam mobilidade ínfima estimuladas pela respiração, tal mobilidade gera um efeito de “bombeio” intracraniano visando a facilitação da vascularização local. Uma vez comprometida essa mobilidade os efeitos sintomáticos podem ser diversos.
·         **Uma vez lesionado, os ossos do crânio tendem a se tornarem presos e assim podem comprimir permanentemente o nervo em questão.


Materiais auxiliares


FRIZZO, H. M.; HASSE, P. N.; VERONESE, R. M. Neuralgia do trigêmeo: Revisão bibliográfica analítica, Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, v.4, n.4, p. 212-217, 2004
 

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